Diogo Franco

Crescendo nesse substrato familiar, a Medicina era a realidade vivenciada por ele a cada dia.

Assistia à dedicação dos pais à prática da profissão, testemunhando sua preocupação com a educação médica continuada.

O ambiente familiar por certo influenciou a escolha da profissão. E a vocação se manifestou precocemente. Aos 7 anos, às vésperas de uma amidalectomia, mostrou-lhe sua mãe a localização das amídalas e lhe explicou como seria a operação, usando como modelo um boneco de pano, cuja boca se abria. No dia seguinte, foi encontrado, com instrumentos cirúrgicos espalhados pelo chão, “operando” o boneco.

Assim, concluída a educação pré-universitária no Colégio Andrews, um dos melhores e mais antigos educandários do Rio de Janeiro, prestou exame vestibular e ingressou, em 1986, na Faculdade de Medicina da Universidade Serra dos Órgãos, em Teresópolis. Durante o curso médico, sentiu confirmada sua vocação pela área cirúrgica e, ao seu término, estava definida sua especialidade de interesse: Cirurgia Plástica.

Colou grau em dezembro de 1991. Tinha, entretanto, que cumprir o Serviço Militar obrigatório, adiado pelo ingresso na Faculdade. O Hospital Central do Exército foi a opção, pois lá poderia iniciar suas atividades em Cirurgia Geral. Complementando o treinamento, acompanhou os atendimentos em Cirurgia Plástica, Dermatologia e Mastologia.

Em 1993, prestou concurso para a Residência em Cirurgia Plástica do Hospital Universitário da UFRJ, sendo aprovado em 1º lugar. A partir de 1994, pôde dedicar-se, integralmente, à Cirurgia Plástica.

Começava aí uma relação de profundo envolvimento com a vida universitária, alicerçado na convicção de que, por fim, havia encontrado seu lugar.

Os 3 anos de Residência na especialidade foram profícuos. Foi um período de grande aprendizado e produção científica. O programa, com 5720 horas de duração, compreendia atividades teóricas, práticas, didáticas, participação em pesquisas e elaboração de trabalhos.

Ainda como médico-residente, recebeu três prêmios, por trabalhos apresentados em congressos:
• Prêmio Beaver de Cirurgia Plástica, pelo tema livre Reconstrução de Vulva Pós-vulvectomia, apresentado no XXXI Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, Belo Horizonte, 1994.
• Prêmio Victor Spina, pelo trabalho Doença Meningocóccica: A Visão do Cirurgião Plástico, apresentado no XXXII Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, Brasília, 1995.
• Prêmio Dr. Henrique J. Bulcão de Moraes, pelo melhor Tema Livre Utilização do Retalho de Abbé em Seqüelas de Fendas Labiopalatinas, apresentado no 1º Encontro dos Serviços Credenciados da Sociedade de Cirurgia Plástica do Rio de Janeiro, 1996.

Preparação para a carreira universitária
Concluídos os 5 anos de pós-graduação lato sensu, iniciou, no ano seguinte, sua preparação para a carreira universitária que tanto almejava. Ingressou no Curso de Mestrado em Cirurgia Plástica, da UFRJ. Sua tese – Fendas Labiopalatais: tratamento multidisciplinar – foi defendida em 2000, merecendo grau 10 da Banca Examinadora.

Imediatamente após, começou o Curso de Doutorado, também na UFRJ, e escolheu, como assunto de pesquisa, a cultura de células, campo que apenas se iniciava no Brasil. A tese, defendida em 2003, versava Auto-enxertia de queratinócitos cultivados: sistematização e uso no HUCFF da UFRJ. Recebeu, igualmente, a nota máxima de seus examinadores. O trabalho serviu de base para o estabelecimento de protocolos de cultivo de células no Banco de Células do Rio de Janeiro, sediado no HUCFF-UFRJ.

Em 2001, através da Fundação José Bonifácio, da UFRJ, foi aberto concurso para médico do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital. A aprovação lhe deu, então, o primeiro vínculo concreto com a Universidade, corroborado em 2003, quando a Instituição realizou concurso para preenchimento de seu quadro efetivo de médicos. Foi aprovado em 1º lugar, entre oito candidatos, mais uma vez para o Serviço de Cirurgia Plástica.

Dr. Diogo Franco